Se já esteve na minha consulta de homeopatia, poderá ter-se apercebido que o âmbito e o interesse da minha investigação, longe de estar limitado à queixa principal, abrange aspectos diferentes que integram o bem-estar do seu organismo.
Os sintomas físicos, se foi esse o motivo da consulta, são só uma manifestação superficial dum processo mais profundo. (Ver: Porque é que adoecemos?)
Costumo dizer que é só o ‘pico do icebergue’.
Os aspectos relacionados ao nível geral de energia, a qualidade do sono e o estado de desarmonia ou a falta de paz mental, são também manifestações importantíssimas que constroem o padrão dinâmico em desequilíbrio.
Este é o meu diagnóstico.
O padrão específico que se manifesta numa combinação de características físicas e psíquicas, define o medicamento que recebeu na minha consulta.
– Terá recebido a instrução de me ligar caso tenha qualquer agravamento dos seus sintomas, ou se aparecem outros sintomas.
Pode acontecer que o estímulo do medicamento esteja muito forte e tenhamos que diminuir a dose; ou pode acontecer que apareçam sintomas diferentes (uma constipação, ou sintomas antigos a reaparecer, por exemplo) e tenhamos que modificar o medicamento.
Em qualquer caso é importante não tomar outros medicamentos. Tem que me contactar.
É muito importante compreender isto porque o efeito do medicamento é o de estimular a força vital do organismo.
No meio do processo, pode o organismo atravessar fases de limpeza (eliminações de qualquer tipo), ou momentos de crise curativa: sintomas antigos a voltarem. (Ver: O sentido (direcção) da cura.)
O que acontece, é que o organismo começa a activar o processo de cura; este processo faz que as funções nos diferentes níveis do organismo (a nível físico, a nível emocional, e no nível mental, assim como no nível de energia geral) ganhem equilíbrio, e assim provoca o desaparecimento rápido ou gradual dos sintomas em todos os níveis.
Nunca vi ninguém que se queixe de colite, por exemplo, que não tenha também queixas de ‘stress’ que lhe causem irritabilidade, ou ansiedade constantemente.
Assim, no processo de cura, devemos verificar que os sintomas da colite desaparecem ao mesmo tempo que a sensação de stress e a irritabilidade ou ansiedade diminuem, até desaparecerem.
Os padrões de doença podem ser simples ou complexos, e disto depende o tempo de cura em diferentes pessoas.
Como exemplo de algo simples:
Uma criança com amigdalite ou bronquiolite de repetição, poderá ver diminuídas ou eliminadas as crises logo no primeiro tratamento (um frasco que dura uma media de 2 meses), mas deverá voltar à consulta pelo menos uma segunda vez logo que termine o primeiro frasco de tratamento se queremos acabar completamente a tendência do organismo a adoecer.
O que acontece sempre, é que nos seguintes meses (entre 6 e 12 meses) a criança poderá manifestar constipações ou tosse de muito menos intensidade, e com muito menos frequência e que responde muito rapidamente ao tratamento homeopático. Posteriormente o que acontece, como a maioria dos pais das crianças que vejo me comunicam, é que: ‘o meu filho nunca mais voltou adoecer ’…
Normalmente, os pais deverão entrar em contacto comigo caso exista alguma crise durante o tratamento. Será só questão de modificar e adaptar a dosagem para ultrapassar rapidamente a crise.
É muito importante não dar outro tipo de medicamentos à criança sem me comunicar. Na maioria das situações não é necessário dar mais nada, e se usamos outra vez antibióticos, por exemplo, só iremos atrasar o processo de cura.
Num exemplo de algo mais complicado:
Se o paciente aparece com problemas de doença crónica mais profunda como artrite reumatoide, ou com manifestações de depressão crónica de longa data, ou complexos psíquicos e físicos mais complicados, no momento da consulta ficarão claros todos os pontos em desequilíbrio.
Durante o tratamento a pessoa deverá notar a diminuição gradual e profunda dos sintomas. Poderá ser rápido o processo, ou mais lento, dependendo de alguma patologia estrutural.
Poderão existir crises curativas ou eliminações, como já foi mencionado mais acima, e o que deverá fazer, é entrar em contacto comigo se os sintomas da crise curativa forem incomodativos.
É muito importante não fazer outros tratamentos, nem recorrer à medicina convencional sem me consultar primeiro.
Como mencionado, o tratamento homeopático inicia um processo de cura, que não deve ser interrompido.
Se uma pessoa apresenta um quadro gripal dois meses depois de começar o tratamento, mas ao mesmo tempo verifica melhoria significativa na artrite, ou no estado crónico de depressão, ou no ânimo no geral, significa que o organismo passou para um nível muito menos profundo de susceptibilidade (ver: A susceptibilidade à doença) e está no processo de cura. Essa gripe deve ser tratada de maneira homeopática.
Se uma pessoa recorre, por exemplo, aos antibióticos, a consequência será interromper o processo curativo de eliminação, com a resultante dos sintomas da artrite ou da depressão voltarem a piorar… (ver: O sentido (direcção) da cura.)
As melhoras que uma pessoa pode ter neste tipo de situações (doenças mais profundas), são de facto muito rápidas. Muito rapidamente deverão verificar-se melhorias no ânimo, ou nos sintomas físicos, e muito rapidamente o paciente poderá começar a deixar o tratamento sintomático convencional.
É muito importante voltar a uma segunda consulta passados dois meses para reavaliar o grau de melhoria, verificar que o medicamento seja o correcto, e que o estímulo ao organismo seja o adequado.
Só neste momento é que se pode estabelecer um prognóstico de tempo de duração do tratamento, já que temos que apoiar o organismo até não se manifestar mais a susceptibilidade.
O medicamento será então diminuído em frequência, até não ser mais necessário.
Depois de uma pessoa ficar bem, sem sintomas, não irá precisar tomar mais medicamento; se voltarem a aparecer alguns sintomas, bastará tomar algumas doses de reforço. Desta maneira rapidamente o organismo recupera o equilíbrio.
Quando a susceptibilidade desaparece, os sintomas já não voltam. (ver: A susceptibilidade à doença. )