Recentemente visitou-me na consulta uma mulher devido a problema de endometriose do ovário e adenomiose.
Vinha agora de 2ª vez.
Tinha tido certo agravamento dos seus sintomas logo no início do tratamento; depois de falar ao telefone e termos ajustado o estímulo do medicamento, os sintomas atenuaram, e nas semanas seguintes foram melhorando progressivamente.
Quando depois de terminar a consulta e verificar que de facto as dores dos ovários, o inchaço do peito – sintomas específicos a sua doença – tinham melhorado, e que também tinham melhorado o nível de energia, o estado de ânimo e a necessidade de comer doces, a paciente fez o seguinte comentário:
“ É estranho para mim que uma substância que actua ao nível micro, quantidades tão pequeninas do medicamento… dissolvida esta substância activa no frasco líquido que me deu… como isso tem uma influencia integral completa ao nível hormonal, endócrino? Isso é difícil de compreender… mas fico pelo facto…”
Expliquei-lhe que isso era de facto o mais importante a compreender na homeopatia. Disse-lhe que a palavra não é diluição, nem quantidade, o segredo não tem nada a ver com quantidades… (Ver: O medicamento homeopático é potência)
Pus-lhe um exemplo: Se um cozinheiro chefe, num restaurante, anuncia que hoje irão cozinhar três pratos para um banquete, e que serão sopa, arroz e peixe no forno, os ajudantes começaram a ajudar conforme a instrução referida. Esta ordem é dada com a voz, de maneira verbal; foi ouvida, interpretada e posta logo em acção. O resultado será um banquete bem organizado.
Se no momento do cozinheiro dar a instrução da ementa, alguém começa a espirrar, ou se começa um telemóvel a tocar nesse mesmo momento, a ordem dada pelo cozinheiro pode não ficar clara e alguns dos cozinheiros poderão trocar na sua interpretação algum dos ingredientes e assim poderá causar atrasos, ou até ficar comida desperdiçada.
Isto, devido a que num nível subtil (voz – barulho, fenómeno vibratório invisível), a transmissão duma ordem verbal teve consequências no resultado da organização e no trabalho duma cozinha.
A acção vital neste cenário começa no estímulo mais subtil – a transmissão da voz do cozinheiro chefe, que estimula a mente dos cozinheiros para efectuar fisicamente um trabalho. Uma ordem vibratória subtil, que se traduz na manufactura do peixe no forno e as sopas.
O nosso organismo vivo – o corpo, a mente e as emoções – não actua de maneira muito diferente do exemplo acima dado; as ordens que dá nossa força vital ao organismo, para efectuar ‘trabalhos’ fisiológicos, não são do tipo ‘ordem verbal’, mas sim, uma ordem dinâmica, um estímulo energético, um fluxo específico de animação vital que estimula todo o nosso organismo – corpo e mente – e assim, os ‘trabalhos’, ou seja, todas as funções fisiológicas e mentais programadas, desenvolvem as actividades apropriadas.
Por isso, se antes do tratamento na paciente mencionada, a ordem que existe no seu padrão energético é de ‘produzir endometriose’, depois do tratamento homeopático, veremos o efeito de cancelar essa ordem, apagar esse programa: desaparecem a endometriose e os seus sintomas ( com o plus de ganhar energia, melhorar o ânimo, e não precisando mais comer doces!)
O medicamento, como estímulo dinâmico, vem a equilibrar esse fluxo na ordem de trabalho no nosso organismo, e vem a tocar especificamente no ponto onde o nosso equilíbrio vital se encontra comprometido.
A ordem que o medicamento dá no nosso organismo, é da mesma qualidade da ordem do cozinheiro no dia do banquete. É um estímulo vibratório subtil – a voz no caso do exemplo do cozinheiro, e – um estímulo vibratório subtil a nosso fluxo vital, no caso do medicamento homeopático.
O resultado nas duas instâncias, será uma função organizada no nível prático – físico.
Compreender que o nosso organismo vive, que está animado, é compreender que atrás de todo o que é o fenómeno vida, existe a força vital que a anima.
Só assim é que pode ficar claro como o medicamento pode ter uma influência integral no sistema endócrino, no nível hormonal e fazer desaparecer todos os sintomas.
Temos que reconhecer que há uma força que nos faz viver, que nos permite acordar de manhã automaticamente, que nos permite manter o corpo aquecido e a respirar sem ter que pensar nisso. Essa força vital desaparece do corpo no momento da morte. Por isso começa o corpo a desintegrar-se a partir desse momento.
A diferença entre um corpo morto e um ser vivo, é a presença (ou a ausência) da Força Vital.
É neste âmbito da chamada Força Vital que o tratamento homeopático desenvolve as suas funções.